terça-feira, 18 de novembro de 2008

Fláv


Em Janeiro de 1987, um casal muito diferente, muito peculiar, se casavam. Uma lua de mel. Uma mudança que dava medo, pois eles estavam indo pro meio do nada, longe de suas famílias, mas por um lado bom, o que melhor pra começar uma vida casados do que estar longe de tudo, todos, e poder se curtirem ao máximo?
Até que em Março, uma supresa, pra não chamar de erro, veio, ela estava grávida!!! Logo a vida de lua de mel do casal acabou, e eles se viram, com apenas 3 meses de casados, com a maior responsabilidade de suas vidas ali, na barriga dela!
Eu nasci em dezembro, no dia 18, as 9e45 da manhã. Um bebê frágil, pequeno, mas a alegria da família naquele momento, faltava uma semana pro natal, e o que melhor pra comemorar do que uma nova vida?
Logo cedo eu fiquei doente, ninguém sabia o que viria pela frente, nós moravamos no meio do mundo, sem muitos cuidados por perto. Minha mãe teve que me deixar ir, teve que me dar aos cuidados dos outros, porque eu não podia ficar ali naquele buraco, e ela não podia sair do seu emprego. Ao meio do tratamento, antes de eu completar um ano, outra surpresa veio, o maior presente que meus pais podiam me dar, mas nós quase o perdemos, por minha culpa, por culpa dos médicos que não souberam direito como lidar com a situação!
Desde cedo eu sempre ouvi "nossa como sua menina é crescida, madura pra idade dela", eu nunca cometi grandes erros na minha vida. Eu nunca tive coragem.
Eu cresci no meio de uma família complicada, meus pais nunca foram os melhores pais do mundo, meu irmão, bom, agia como um irmão, e eu sempre tive na minha cabeça que o melhor que eu podia fazer era me comportar e me manter longe das confusões, dos erros.
Meus pais sempre me ensinaram o que era o certo, eles trilhavam os caminhos e ali eu podia escolher se eu iria pelo certo ou pelo errado.
Eu cresci com um escudo, um escudo pra me proteger de me magoar com as pessoas, porque na minha casa já havia mágoas, brigas, discussões o suficiente. Cresci com uma máscara, com um sorriso no rosto, mas por dentro eu sempre quis gritar, sair correndo, mostrar o verdadeiro eu dentro de mim!
Eu sou possessiva, ciumenta, rancorosa, não sei muito bem perdoar.
Eu sempre escolhi o caminho certo, por medo, por não ter que cair em nenhuma armadilha. A verdade é que eu nunca tive a coragem de traçar o meu caminho, por medo de ouvir as críticas que viriam por trás de cada escolha que eu fizesse.
Mas eu também sei das minhas qualidades, eles me mostraram que o lado bom do ser humano é sempre o seu melhor, e apesar dos escudos e máscaras que eu uso, eu mostro pras pessoas que eu sei que me amam, e que eu amo de volta a verdadeira Flávia, a frágil, a carente, a que ama sem limites, a que não tem vergonha de mostrar os seus sentimentos, a que sempre vai pensar bem das pessoas antes de qualquer coisa.
Esse meu medo de enfrentar o perigo tem que ir, e ele está indo aos poucos, a coragem tem tomado o seu lugar e aos poucos essa pessoa que tem tanto medo de errar, vai passar a errar mais ainda, mas será por uma boa causa!!!

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