A minha religião.

"Sim, pode-se dizer que sou religioso. [...] Tente penetrar, com nossos limitados meios, nos segredos da natureza, e descobrirá que, por trás de todas as leis e conexões discerníveis, permanece algo sutil, intagível e inexplicavel. A veneração por essa força além de qualquer coisa que podemos compreender é a minha religião. Nesse sentido eu sou, de fato, religioso." Albert Einstein
Eu sou fã de Einstein, não do físico e gênio, mas do filósofo e pessoa. Mas nós temos uma coisa que não concordamos, ele não acreditava no livre-arbítrio, era determinista e acreditava que tudo acontecia como tinha que acontecer, começo meio e fim, simples assim. Eu não concordo com essa idéia, mas já volto a esse ponto!
Eu sempre fui criada como católica, ensinada que todo domingo era dia de missa, batizada, fiz primeia comunhão, levei um tapa na cara do bispo na hora de fazer a minha crisma. Sempre fui ensinada que isso era pecado, aquilo não era. Que isso podia e aquilo não. Que Deus estava a todo tempo do meu lado, olhando para todos os meus passos e que se eu fizesse algo de ruim, ele saberia, de alguma maneira, sempre me perguntei como, que eu fiz aquilo de errado.
Mas eu sempre fui curiosa, sempre li sobre outras religiões, sempre fui em busca de mais e mais respostas. O judaísmo me chamou atenção por uns tempos, mesmo ouvindo tantas baboseiras de certas pessoas, eu gostava daquela religião. Achava o máximo, mas não podia escolher aquela religião pra mim, pq você não "vira" judeu assim quando quer. Depois eu descobri o espiritismo, aí eu me acabei, porque era algo que combinava muito com o que eu acreditava dentro de mim, o algo mais próximo, porém algumas idéias extremistas nunca m e deixaram virar devota dessa religião. Não acredito que algo que eu fiz na vida passada vai interferir nessa. Se eu fui uma pessoa muito ruim, eu vou renascer como um cachorro de rua e passar fome. Não consigo acreditar que algumas pessoas têm oportunidades e outras não, pelo que fizeram na vida passada.
Com o tempo, e a vida, e os maus bocados que eu fui passando, eu fui entendendo que eu não precisava de uma religião. O que eu precisava era de princípios, no que e como acreditar. Então parei e pensei, que Deus existe, ele está do meu lado, mas não como da maneira que me foi colocada. Eu não acredito que nós simplesmente nascemos de um Big Boon, veio a evolução e pronto, cá estou. Existe sim uma força maior que nos rege, mas essa força não está colocada acima de nós para nos julgar, para mostrar o que é certo e o que é errado, não está comigo pra ficar anotando os meus erros e acertos e no dia do meu juízo final colocar tudo numa balança e falar "okay, você pode entrar no céu", ou não. Essa força que nos guia, que criou cada ser, que guia as nossas vidas está aqui pra nos ajudar, pra nos dar equilíbrio, para ter forças e algo em que acreditar.
No livre-arbítrio, pregado pela maioria das religiões cristãs, nós somos responsáveis por todos os atos que tomamos, e cada um desses atos é que nos levam aos outros atos, e assim por diante. Todos nós temos caminhos a escolher, vários ao mesmo tempo, um único as vezes, mas nós podemos escolher, podemos escolher ir pelo caminho do bem, da ajuda, da beleza, ou ir pelo caminho errado. Lógico que nem sempre escolhemos o melhor dos caminhos, eu mesma já escolhi tantos errados, que só Deus sabe, e tomara que ele não esteja anotando. Não acredito que eu nasci pra ser isso que sou hoje, acredito que tudo o que eu fiz, desde que tinha consciência do que fazia, foram as coisas que tornaram a pessoa que eu sou hoje.
Muitos dos meus erros me fizeram enchergar o caminho certo, e sei que muitos caminhos ainda virão.
Acredito que tudo o que a gente faz e deseja nesse mundo vai, e volta pra gente na mesma intensidade. Algumas vezes eu desejei ódio, raiva, coisas ruins para pessoas, e eu sei que esses desejos ruins voltaram pra mim, Talvez de um jeito pior que o eu podia ter esperado, talvez o pior ainda esteja por vir. Mas hoje, a pessoa que eu estou me tornando deseja o bem, a felicidade, o amor, e agora eu estou recebendo tudo isso de volta também.
Se Deus (eu escrevo sim o nome Dele com letra maíuscula, porque tenho um certo respeito, vai entender) queria que eu fosse o que sou hoje, eu sou muito grata a Ele, se Ele me colocou nesse mundo pra fazer as minhas próprias escolhas, eu estou tentando escolher os melhores caminhos e seguir desejando somente o bem. Lógico que tem horas que eu quero matar um, mas eu estou aprendendo, aos poucoooos, a deixar minhas mágoas e ódios de lado. Estou aprendendo a amar mais.
Eu não acredito mesmo, que eu descendo de um girino que um dia saiu da água, criou pernas pegou um pedaço de pau e matou um peixe, e que assim a evolução me trouxe aqui. Eu acredito que tudo está ligado, que o mundo é um lugar para encontrarmos o nosso eu, o nosso modo de vida, como devemos agir, respeitar, ser.
Eu não sou hipócrita, eu rezo quase que sempre pros meus santos, sou devota de alguns. Quando preciso de paz e pensar um pouco eu vou até a Igreja de Santo Antônio ali do lado da minha casa, entro, sento, penso na vida, e não necessariamente rezo, mas sei que ali dentro eu estou num lugar protegido, e de alguma forma livre dos males que estão da porta pra fora. Eu rezo e creio que esses santos olham por mim e por todos os que eu peço, mas na maioria das vezes eu não peço, eu agradeço por ter a vida que tenho, os amigos, a família, a casa, a faculdade, a comida. Vai ver que um pouco daquele ensinamento católico ainda está dentro de mim, e eu ainda preciso prestar contas com meus "superiores", assim dizendo.
"Um homem pode fazer o que desejar, mas não pode mandar nos seus desejos." Schopenhauer
Eu acredito que a vida segue, e que lá no fim eu vou saber se eu fiz as coisas certas ou erradas, se as minhas escolhas foram as certas. Mas até agora eu acho que vou indo muito bem com o meu livre-arbítrio.

E vocês que acham que eu só leio fofoca no ego, não, eu também leio livros de gente importante! hahahahahaha


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